Um conto
Bárbara Basílio e Raquel Diniz, alunas da 8ª B
O telefonema pegou-a de surpresa. Atendeu com impaciência, os olhos presos a um livro que tinha nas mãos, uma história policial que não conseguia parar de ler. Era bom estar sozinha, lendo um livro de suspense numa noite de ventania. O sábado já estava quase no fim e ela ali, presa aquelas páginas. O som do telefone era uma intromissão, um estorvo. Atendeu a contragosto. "Alô?". Do outro lado da linha o que predominou foi o silêncio, depois de um tempo uma voz suave brotou do outro lado da linha "Lúcia? Oi minha pequena". Ela nem precisava perguntar quem era, pois ninguém a chamava de pequena, só o seu namorado, a sua outra metade, que no momento parecia um pouco nervoso. "Oi amor, desculpe a demora pra atender, estou presa aquele livro que me deu na semana passada, adorei o presente." "Sem problemas minha pequena e que bom que gostou. Mas o que tenho pra falar é mais importante que qualquer livro."A garganta de Lúcia secou nesse momento, o que será que seu amado iria dizer a ela? Que havia encontrado uma moça mais bonita e mais nova e que iria sair e viajar com ela pelo o mundo, só de pensar em ser deixada um vazio tomava conta de seu coração. "Estou ouvindo. Aconteceu alguma coisa?" Novamente aquele silêncio que tanto a perturbava tomou conta. "Então o que tenho pra dizer é muito sério e eu não conseguiria dizer olhando em seus olhos, pois o nervosismo tomaria conta de mim e minha voz sumiria. Estamos juntos a pouco tempo, um ano no máximo pelas minhas contas, sei que você não é boa em lembrar datas". Risos tomaram conta da linha. "Eu te amo muito e tento lhe mostrar isso todos os dias, você é a razão do meu viver agora. Sem você, vou ficar completamente perdido, preciso de você comigo todos os dias da minha vida, sempre vou estar contigo minha pequena. Então, Lúcia, quer se casar comigo?". Ela não sabia o que falar. Será que estou pronta? Será que vou ser boa o suficiente para esse homem tão maravilhoso? "Meu Deus, Marcos, não sei o que pensar. Como eu te amo, quero ficar com você para o resto da minha vida. Claro que eu aceito me casar com você. Só tenha um pouco de paciência para que eu me acostume com a ideia de estar noiva (risos). "Tudo bem minha noiva. Agora eu gostaria de saber se eu posso ir ver minha noiva ou se ela vai querer continuar a leitura do livro policial dela! "Seu bobo, venha logo e não esqueça a pipoca. "Claro, em meia hora estou aí".
Conto desenvolvido em aula de redação da professora Rutilene.
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